Amoreira Nome científico: Morus nigra
Orixás: Esú, Omolu, Ibeiji, Oyá Ìgbàlé, Nanã, Egun e Ìyàmì
Elementos: fogo/masculino/gun
A Amoreira é uma árvore que pode chegar a 12 metros de altura. As folhas têm o formato de um coração, são inteiras ou lobuladas, com as bordas serrilhadas. A espécie, que pode ser encontrada em todo o Brasil, tem origem da Ásia. O fruto da Amoreira é a amora. As Amoras são frutos agregados, ou seja, são formados pela agregação de vários frutos menores denominados mini-drupa ou drupete. Existem vários tipos de amoras que diferem na coloração. Podem ser vermelhas, brancas e negras, e seu tamanho é pequeno, medindo entre 1 a 3 centímetros, dependendo da espécie. Estes frutos podem ser consumidos in natura ou como sucos, sorvetes, geleia, licores, vinhos, xaropes e vinagres. As espécies de amoreira mais cultivadas são: -Morus rubra, que produz a amora-vermelha -Morus alba, que produz a amora-branca -Morus nigra, que produz a amora-preta Nas casas de axé a Amora esta ligada à maternidade e a ancestralidade. Os antigos sacerdotes associavam seu fruto ao formato do ovário feminino e dos óvulos a serem fecundados. A amora além de possuir esta representação simbolica por sua aparência, possui propriedades que auxiliam a mulher a ter filhos, fortificando ainda mais a teoria dos antigos sacerdotes . Dos galhos da Amoreira se tira o Isan também conhecido como àtòrì utilizado por Oyá Ìgbàlé para manter o controle sobre seus filhos os Eguns. Os Sacerdotes do culto de Egun também utilizam o àtòrì para manter o controle sobre Egun e conduzi los durante suas cerimônias de culto e atos litúrgicos . O àtòrì só pode e deve ser retirado e preparado pelo Olossanyin, ou pelos Sacerdotes do culto de Egun e cargos ou postos semelhantes e instruídos ao ato. A Amoreira também é utilizada em atos de sacudimento e bate folha para retirar feitiços e afastar Egun ao fazer este rito nenhuma folha ou resquício da planta deve ficar no ambiente após a realização do ato. A mística que envolve a Amoreira em nossos cultos é tão grande que os antigos sacerdotes contam que ao entardecer os Eguns se reunem em sua sombra e por isso não se deve passar por ela ou ficar em baixo dela devido a ela atrair energias considerada negativas e devido a isso jamais se deve tomar banho feito de suas folhas. Porém há casas de axé que em sua ritualistica utilizam as folhas da Amoreira para fins litúrgicos como o preparo de banhos de descarrego e para compor a fundamentação de patuás de proteção. Não se tem relatos sobre negatividade em seus frutos que podem ser consumidos sem medo. Itan "Em certa época, as mulheres eram relegadas a um segundo plano em suas relações com os homens. Então elas resolveram punir seus maridos, mas sem nenhum critério ou limite, abusando desta decisão, humilhando-os em demasia. "Oyá era a líder das mulheres, e elas se reuniram na floresta. Oyá havia domado e treinado um macaco marrom chamado ijimeré (na Nigéria). Utilizara para isso um galho de atori (ixan) e o vestia com uma roupa feita com várias tiras de pano coloridas, de modo que ninguém via o macaco sob os panos. "Seguindo um ritual, conforme Oyá brandia o ixan no solo o macaco pulava de uma árvore e aparecia de forma alucinante, movimentando-se como fora treinado a fazer. Deste modo, durante a noite, quando os homens por lá passavam, as mulheres (que estavam escondidas) faziam o macaco aparecer e eles fugiam totalmente apavorados. "Cansados de tanta humilhação, os homens foram ver o babalawo para tentar descobrir o que estava acontecendo. Através do jogo de Ifá, e para punir as mulheres, o babalawo lhes conta a verdade. Ele os ensina como vencer as mulheres através de sacrifícios e astúcia. "Ogun foi o encarregado da missão. Ele chegou ao local das aparições antes das mulheres. Vestiu-se com vários panos, ficando totalmente encoberto, e se escondeu. quando as mulheres chegaram, ele apareceu subitamente, correndo, berrando e brandindo sua espada pelos ares. Todas fugiram apavoradas, inclusive Oyá." Desde então os homens dominaram as mulheres e as expulsaram para sempre do culto de Egun; hoje, eles são os únicos a invocá-lo e cultuá-lo. Mas, mesmo assim, eles rendem homenagem a Oyá, na qualidade de Igbalé, como criadora do culto de Egun. Convém notar que, no culto, Egun nasce no bosque da floresta (igbo igbalé). No Brasil, no ilê awo, ele nasce no quarto de balé, onde são colocadas oferendas de comidas e realizadas cerimônias aos Eguns. Oyá é também cultuada como mãe e rainha de Egun, como Oyá Igbalé. E, como nos explica a lenda, Oyá, a floresta e o macaco estão intimamente ligados ao culto, inclusive em relação à voz do macaco como é o modo de o Egun falar. Observação pessoal: Egun não deve ser tratado como malefico ou confundido com Kiumbas, isso é um grave equívoco que deve ser desmistificado para evitar confusão. Benefícios da amora: - Combate o envelhecimento - Reforça o sistema imunológico - Melhora a pressão sanguínea - Fortalece os ossos - Contém vitaminas A, B, C, E e K - Contém ferro - Ajuda na perda de peso.
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