ÉWÉ AKAN
Nome Científico: Dioscoreia bulbifera Linn., Discoreaceae
O cultivo de Dioscoreaceas é basicamente para fins alimentício e, eventualmente, medicinal. Surge como alternativa de diversificação para pequenas propriedades familiares, populações tradicionais como os caboclos, indígenas, ribeirinhos, caiçaras, dentre outros, em razão dos baixos custos de implantação e de manutenção do cultivo quando comparados aos de outras espécies.
Os tubérculos de inhame (Dioscorea sp.) possuem cerca de 70% de umidade, carboidratos, minerais e vitaminas, prestando-se para processamento com diferentes cortes e temperaturas (Fioreze; Morini, 2000).
A origem e a diversidade dos nomes de muitas espécies da família Dioscoreaceae referenciados por populações de agricultores tradicionais tem causado muitas divergências (Zhizun; Gilbert, 2000; Pedralli et al., 2002). Estes últimos autores revelaram que a família Dioscoreaceae apresenta nove gêneros e cerca de 850 espécies de distribuição tropical, subtropical e temperada. No Brasil, e em especial nas regiões Norte/Nordeste, são cultivadas as seguintes espécies:Dioscorea alata, D. bulbifera, D. cayenensis, D. dodecaneura, D. dumetorum e D. rotundata, excetuandoD. trifida (domesticada pelos indígenas nas áreas limítrofes entre o Brasil e as Guianas).
Carvalho e Teixeira (2009) verificaram que existe grande variabilidade genética de Dioscorea spp. nas áreas de cultivo no recôncavo baiano. Já Bressan (2005) revelou que os agricultores tradicionais da região Sul do Estado de São Paulo (Vale do Ribeira) têm se mostrado mantenedores de um grande repositório de diversidade genética e de conhecimento a respeito das potencialidades de manejo deste gênero. A cultura do inhame (Dioscorea spp.) foi mantida em sistema de coivara, sendo encontradas quatro espécies de inhame:D. trifida, D. bulbifera, D. alata e D. cayenensis.
Rocha Júnior et al. (2010) trabalhando com produtores de inhame (Dioscorea spp.) do município de Chã Preta (AL) revelaram que nenhum dos entrevistados aprendeu a plantar inhame a partir de treinamentos técnicos, enquanto 92% aprenderam com os pais, tios, avós e parentes e 8% com amigos ou conhecidos.
Ferreira et al. (2010) caracterizaram o sistema de produção de Dioscoreaceas cultivadas por agricultores da Baixada Cuiabana (MT) como sendo do tipo familiar, utilizando as túberas-semente partidas por 55% dos agricultores, ou inteiras por 45% dos agricultores. O preparo do solo é rudimentar, com nenhuma ou pouca mecanização agrícola (14%), calagem (4%) e adubação (8%), com plantio de agosto a novembro. Os tratos culturais são feitos de uma única vez no estabelecimento da cultura, com a capina e amontoa. O comércio dos tubérculos pode ser feito na própria comunidade e no comércio local, sendo a venda direta aos consumidores e/ou atravessadores.
A propagação das diferentes espécies de Dioscoreapode ser realizada vegetativamente através das túberas-semente inteiras (Figuras 1 e 2) ou por partidas (Figura 3). Okoli, 1982 citado por Acha et al. (2004) já reportavam sobre o uso de tais propágulos, em torno de 200 g ou mais, na propagação de Dioscorea spp.
No entanto, a brotação é desuniforme e pode levar a perdas consideráveis aos agricultores, devido à morte dos tubérculos, ocasionada por ataques de insetos e de patógenos no solo e pelas intempéries que danificam as gemas de brotação (SANTOS, 1996 citado por Oliveira, 2010). Eventualmente, pode se utilizar a técnica de cultivo in vitro com sucesso, conforme relataram Poornima e Ravishankar (2007). Embora seja um método mais oneroso, com consequente aumento do preço do propágulo para o produtor, apresenta como vantagens a melhor qualidade das mudas, como uniformidade, vigor e sanidade e, principalmente, isenção de viroses e nematóides
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